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quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Na Estação









       Na Estação

Sempre chegar e ter quer partir,
Permanecer, nunca poder viajar,
Aterrissar e nunca ter que subir,
Despedir-se, nunca mais voltar.

Revendo e voltando na Estação,
Gritando e maldizendo o bendizer,
Dilacerando o despedido coração,
A sombra, que afaga o mal viver.

E vendo os pássaros em revoadas,
Odores das rosas, sempre, colhidas,
Nos abraços, ventanias atrasadas,

Nas palavras, bastante entorpecidas,
Nos risos, sentimentos das entradas,
E nos prantos, a verdade das partidas.

Michell Barros Maia.




domingo, 25 de agosto de 2013

Quando eu fecho os meus olhos

Quando eu fecho os meus olhos







Cada palavra se esconde em minha mente,
quando eu fecho os meus olhos.


Pois cada esperança é afastada em angústia,


As emoções não são tão bem liberadas,


Os fantasmas, os medos a me consumir,
quando eu fecho os meus olhos.



E as retinas ficam desconcertadas,
E as córneas explodem amarguradas,
O cristalino perde a sua lucidez,
E as pupilas se fecham em sua timidez.








Imagino sorrisos, gestos, aromas, encantos,
quando  eu fecho os meus olhos.

Nuvens densas são afastadas em luzes,


Os sons do violão dizem sempre a mesma canção,

A escuridão e a tempestade são luz e mansidão,
quando eu fecho os meus olhos.



E humor aquoso chega até secar,
E os nervos ópticos falam a gritar,
Da mácula, dos ligamentos, até o corpo ciliar,
Não me refletem a imagem que não paro de pensar.







Michell Barros Maia.



domingo, 18 de agosto de 2013

Qual será o som do silêncio?

Qual será o som do silêncio?









Qual será o som do silêncio?
Quando só resta e nos arrasta a densa escuridão...

Quando só nos resta o palco empoeirado e vazio...

Quando a escuridão é pulsante e companheira.


E na verdade caminhamos com o silêncio,
Ou o oprimimos em nossas mentes densas?

E que mistérios e enigmas ele vem nos trazer,
Ou que visões assustadoras ele vem refazer?












Qual será o som do silêncio?
Quando a luz se faz nua em nossas consciências...

Quando as trevas se tornam resplandecentes...

Quando todos os verbos são conjugados.


E agora qual é a verdade que nos fala o silêncio,
Ou quais são as suas loucas probabilidades?

E as suas teorias e postulados cósmicos,
Ou onde estão nesse momento todos os acusadores?










Qual será o som do silêncio?

Quando compomos uma linda canção...

Quando todos os átomos e moléculas dançam...

Quando não se sabe decifrar o que saem das bocas.

E vêm nas tempestades que arrasam as vidas,
Ou serão negras virtudes do falar às escondidas?

E das línguas tenebrosas que se fazem ouvir,
Ou virão fazendo a guerra com a inércia do porvir?













Qual será o som do silêncio?
Quando a ignorância predominar na raça humana...

Quando se acionar o start  das bombas atômicas...

Quando toda a natureza puder cantar sem parar.

Eu não sei quais são tuas notas, timbres e sons...
Já não posso te impedir e, ganhar-te os dons...

És amigo e inimigo do meu chegar e partir...
Meu silêncio, velho amigo, tu me fazes refletir.









Michell Barros Maia.





sexta-feira, 16 de agosto de 2013

As vezes...

As vezes...







As vezes é melhor mudar de vida,
tentar compreender a marcha
 e a triste dor da partida,
sufocar os lamentos insanos,
as dores da mais pura saudade,
tentar matar os desenganos,
tudo em nome da tal felicidade...









As vezes é melhor correr riscos,
tentar forjar em si as próprias alegrias,
e fazer a água brotar em chuviscos,
perdoar as tolices faladas,
as enganações sem medidas,
tentar falar com as incertezas,
tudo no vem e vai das partidas...









As vezes é melhor dizer adeus,
tentar tocar em frente sem volta,
sem pressa de voltar ao seus,
chorar e sorrir sem demora,
dos devaneios que a alma não solta,
tentar calar a fantasia,
tudo que causa a revolta...










Michell Barros Maia.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

As Ideias

As Ideias












Pensamento insano que morre, renasce,


sufoca a fé, em vida, desfaz-se,


Nos miolos do homem, do tolo, do louco,


Fantasmas laríngeos das vozes do rouco.




A loucura se beija com a tola razão,

Se acham, se encaixam, em grande emoção,

Psicoses matreiras do bem e do mal,


Sanidades insanas do gene surreal.





          Os cérebros dançam multicoloridos,
          Os neurônios falam não ficam escondidos,
          E vibra a sinapse naquilo que tange,
          E sintonizam, emitem, longe...









Ideias pulsantes, perdidas nas mentes,


refeitas, estranhas, risonhas, sem dentes,


velozes,  violentas, por demais irascíveis,


de comportamentos imprevisíveis.







Ideias gigantes, pequenas, sedentas,

Aldeias, candeias, valas purulentas,

E vem devastando, rasgando a verdade,

Chamando o maracatu da velha cidade.




Os cérebros dançam multicoloridos,

Os neurônios falam não ficam escondidos,

E vibra a sinapse naquilo que tange,

E sintonizam, emitem, longe...















Michell Barros Maia.