As
Dores
Ao nascer do dia desabrocham
as flores,
Amanhecem também contigo as
tuas dores,
Convivência amarga sempre a
te perturbar,
Simbiose maldita no teu
corpo a gritar.
Existência constante, livre
e sem medida,
As dores que martelam a tua
própria vida,
Perenes, precisas, pesadas,
perigosas,
Plantas intrusas no jardim
das rosas.
Tuas causas variam e são
imprecisas,
Quando chegas não falas, e
nunca avisas,
Assombrosa, valente, age sem
direção,
Invasora, implacável, bate
sem distinção.
As tuas vitórias queremos
falar,
Que remédio mais forte
podemos te dar?
Enfraqueces os ossos, nervos
e tendões,
E das almas roubas todas as
emoções.
Tu serás encantada erva
venenosa,
Inspiras para sempre a
poesia e a prosa,
Espinhos pontiagudos que
furam o ser,
Ó dor persistente tu fazes
sofrer!
Michell Barros Maia.
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