As
Lembranças
Magnéticas, loucas, mui assustadoras,
As lembranças que teimam
perturbadoras.
Calafrios, suores febris a
banhar,
O corpo cansado que vive a
gritar.
Nas mentes põem fogo, abrem
crateras,
Indomáveis lembranças, tais
como as feras.
Ferindo, ativas, as células
neuronais,
Abrindo as sinapses e genes
letais.
Saudáveis, doentes,
nascentes sem rios,
Ceramidas, cabelos dos mais
longos fios,
Que enlaçam a cabeça enfeitam
esplendor,
Na nuca, na cuca, na testa,
onde for.
Mas será que um dia tu hás
de partir?
Que armas tu temes em te
destruir?
Será que tu vives envolta em
mistério?
Ou que parte da história tu
levas a sério?
Virás como guerras gerando a morte?
Ou virás com alegrias trazendo
a sorte?
Desejando, rasgando, abrindo
a ferida,
Ó lembrança cruel, fazes
parte da vida!
Michell Barros Maia.
Veja aonde me levou esta sua Poesia: nas notas poemáticas de um barbeiro, filho de um barbeiro, que em Maresia dos Poemas (Eulajose Dias de Araújo - Poeta Paraibano), nas suas lembranças ratifica:
ResponderExcluirSe eu fosse pintor
Pintava meu pai
Todo carnavalesco
Ou então pintava
Meu pai todo momesco.
Como não sou pintor.
Nem de paredes
Apenas faço em letras
Meu pai José Barbeiro.
Eu me lembro muito de José Barbeiro... O melhor amigo de meu pai (seu Avô). Mas veja que a Poesia joga para fora alguns sentimentos que inspiram dor, e que guardamos nas nossas lembranças, como Eulajose posta-se assim: O cigarro era sua alma/ meu pai, eterno atirava/ Com balas de fumaçadas,/ E que grandes estilhaços.../ Meu pai também era granada/ E com granada estilhaçava/ Os cabelos a proporção que cortava. Meu pai era um simples barbeiro/Que nunca fez nada/A não ser um deserdado/Filho poeta que não fuma/ Mas dá suas baforadas de versos.
Converso depois, mas não preciso dizer; que todos temos algo a doer.
Um abraço dos, "Anônimos da Poesia e da Arte".