Continuo a navegar
Continuo a navegar nas águas bravias do
mar,
Sentindo mansidão e tormenta em ser e
estar,
A energia mecânica furiosa dos silêncios
seus,
As misturas dos sais bebidos pelos
lábios meus.
Continuo a navegar nos ares gasosos dos
céus,
A repartir, a invadir, a desvendar-lhes
os véus,
Cada nuvem, cada poeira, partículas
subatômicas,
Seus pássaros, seus ventos, suas luzes
quânticas.
Mas o meu navegar é da imaginação em
universos,
E morrem e renascem agitados números
complexos,
Que se prendem e se soltam em meus
poucos versos.
E nesse caminho solitário de meu viver a
navegar,
As minhas palavras emudecem, a falar e a
gritar,
De minh ‘alma navegante que só deseja ao
lar voltar.
Michell Barros Maia.