Visualisadores

domingo, 22 de setembro de 2013

Continuo a navegar

Continuo a navegar






Continuo a navegar nas águas bravias do mar,

Sentindo mansidão e tormenta em ser e estar,

A energia mecânica furiosa dos silêncios seus,

As misturas dos sais bebidos pelos lábios meus.



Continuo a navegar nos ares gasosos dos céus,

A repartir, a invadir, a desvendar-lhes os véus,

Cada nuvem, cada poeira, partículas subatômicas,

Seus pássaros, seus ventos, suas luzes quânticas.



Mas o meu navegar é da imaginação em universos,

E morrem e renascem agitados números complexos,

Que se prendem e se soltam em meus poucos versos.



E nesse caminho solitário de meu viver a navegar,

As minhas palavras emudecem, a falar e a gritar,

De minh ‘alma navegante que só deseja ao lar voltar.









Michell Barros Maia.



quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Muros Invisíveis

Muros Invisíveis







E comecei a construir os muros invisíveis,
De karmas, miasmas, repetições inaudíveis,
Meus gametas agrupados vindos da fecundação,
Surreais já fantasiam minha vida, minha ilusão.


Na forja da minha consciência comecei a criar,
As substâncias existentes e imateriais a misturar,
Meus gestos, erros, meus sonhos imprevisíveis,
Meus silêncios, acertos, realidades indefiníveis.


E houve a luz que forte destruiu as trevas,
E houve a matéria densa, movimentos, em levas,
E houve aparente paz, mas houve muitas guerras.


Entropias frenéticas, tudo se cristalizando,
Anabolismos inconstantes, tudo se sintetizando,
E meus muros invisíveis, todos se materializando.








Michell Barros Maia.



quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Poesia Liberdade







Poesia Liberdade



Voar bem alto para sempre o céu azul tocar,
Sentir o vento impulsionar as asas belas,
Viajar sem medo e nas alturas atravessar,
Os horizontes perdidos pintados nas telas.


Voar sempre e para cima é sempre possível,
Sentir as lindas cores das manhãs ensolaradas,
Viajar de peito aberto descobrindo o invisível,
De sonhos, de amores, de noites enluaradas.


Seja pássaro que voa em meu céu infinito,
Tuas asas se movam em todas as dimensões,
Seja teu canto aquele que sufoca o meu grito!


Seja teu riso aquele que faz brotar verdade,
Teu pulsar se agigante em todas as distorções,
Seja tua virtude que faz voar minha liberdade!



Michell Barros Maia.


quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Um Ser Paradoxal







Um Ser Paradoxal

Adormece acordando, à escuridão,
Às noites, manhãs, já busca falar,
Refaz e desfaz, em razão, e emoção,
Nas luzes, as trevas o fazem calar.

O medo, coragem, na mente a lutar,
Paradoxos que açoitam a existência,
A frieza mui quente, odiar e amar,
O sim e o não, retidão e indecência.

O todo e o nada, uma negra candura,
O som e o silêncio, a razão, a loucura,
Alegria, tristeza, do amargo à doçura.

Verdade, mentira, sacrossanto imoral,
É vivo, mas morre, um pobre mortal,
E nasce, e renasce um ser paradoxal.

Michell Barros Maia.




domingo, 1 de setembro de 2013

Os Lamentos ao Mar








Os Lamentos ao Mar

Nas emoções, esperanças frustradas,
O pensar do sábio, uma voz, a clamar,
As suas correntes, saídas e entradas,
Solvidos ao sal, os lamentos ao mar.

No pensar do tolo, vícios, rumores,
Inquietações, remoendo o partir,
Trevas medonhas, frios, tremores,
Momentos disformes, falso sentir.

Fortíssimas ondas, o seu arrebentar,
Despedaçam as naus, na tempestade,
Mistérios intensos, seu afugentar.

Heranças mui vivas, da ira, saudade,
Nas feridas abertas, sua água, curar,
Salgados ao mar, o todo, a verdade.

Michell Barros Maia.