Visualisadores

sábado, 16 de novembro de 2013

Levantando as lonas







Levantando as lonas


No circo encantado místico da vida,
Levantando as lonas eu sempre vou,
Chorando e sorrindo da própria ferida,
Amanheço buscando aquilo que sou.


Dessa vida ingrata sou mesmo artista,
Desanimo e me alegro do meu sofrer,
Vibro e agradeço em cada conquista,
Conserto as falhas em meu reviver.


E já no picadeiro em cair e levantar,
Sou vaiado e aplaudido constantemente,
Desfeito e refeito bem no meu lugar,


Sonho liberto, esperança nascente,
Estas lonas eu quero poder montar,
Já no palco secreto da minha mente.


Michell Barros Maia.


terça-feira, 12 de novembro de 2013

A Ilusão de Ser Palhaço










A Ilusão de Ser Palhaço


No picadeiro solitário do circo da vida,
Onde as lonas são quase sempre furadas,
Onde o espetáculo é por direito e comida,
Vê-se o palco de esperanças frustradas.


Nos holofotes da fama e do anonimato,
Onde risos e aplausos são sempre abafados,
Onde o silêncio e os gritos são de fato,
As paradoxais alegrias dos desesperados.


Entre bailarinas, mágicos e domadores,
Entre as feras que dançam num só passo,
A se banhar em luzes e esplendores,


O simples coração de palha e de aço,
A viver sempre maquiando as suas dores,
Vive sempre a ilusão de ser palhaço.


Michell Barros Maia.



quinta-feira, 7 de novembro de 2013

A Força Motriz






A Força Motriz

O que move e envolve o exato Universo,
Caminho sagaz da energia mecânica,
Vetores fantasmas do meu próprio verso,
Sinergia disforme renascida e atômica.

A força motriz que destrói e disfarça,
Movimento matreiro de intenso sabor,
Tensão metafísica que solta e enlaça,
Trabalhos das forças, atritos da dor.

Dinamicamente movendo o falar,
Astrologicamente formando as vidas,
Repulsão amiga da inércia a gritar,

Potência motora das tolas partidas,
Que gera os fótons que estão a sangrar,
Impulso de ideias já não resolvidas.



Michell Barros Maia.